Não há, nem pode haver, um credo ou catecismo libertário.
O que existe e que constitui o que se pode chamar de doutrina anarquista é um grupo de princípios gerais, conceitos fundamentais e aplicações práticas, segundo os quais foi estabelecido um consenso entre indivíduos cujo pensamento é contrário à Autoridade, e que lutam, coletiva e isoladamente, contra toda disciplina e repressão, sejam elas políticas, econômicas, intelectuais ou morais.
Ao mesmo tempo, pode haver, e realmente há, muitos tipos de anarquistas, mas todos têm uma característica comum que os distingue do resto da humanidade. O ponto de união é a negação do princípio da Autoridade nas organizações sociais e o ódio a tudo que origina instituições baseadas neste princípio.
Portanto, quem nega a Autoridade e luta contra ela é um anarquista.
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O texto acima, de autoria de Sebastian Faure, encontra-se no livro Grandes Escritos Anarquistas, uma coletânea de textos de autores libertários organizada por George Woodcock. A editora L&PM o produziu.
SEBASTIEN FAURE segundo a Wikipedia:
Sebástien Faure (Saint-Etinenne, França, 6 de janeiro de 1858 - Royan, 14 de julho de 1942) foi um anarquista francês. Criado em uma família burguesa e muito conservadora, recebeu ensino em um estabelecimento religioso.
Os dirigentes do colégio, padres jesuítas, detectaram nele inteligência e vocação para seguir o "caminho de Deus", e, aos dezessete anos entrou no noviciado. Foi um noviço exemplar. Por dezessete meses se aprofundou numa fé rigorosa e cega.
Até que num dia recebeu um telegrama dizendo que seu pai estava gravemente doente. Visitou o seu pai, que disse-lhe que devia deixar a sua vida religiosa para sustentar a família. Seu pai morreu.
Ele voltou a sua vida normal e, com o tempo, se tornou ateu e anarquista, pelo que lutou por quase toda a sua vida.
Um comentário:
Muito bacana o novo blog. Um abraço libertário!
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