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Josefa Martin Luengo
para o jornal El Libertario
Nº40, Dez-2004
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Josefa Martin Luengo
para o jornal El Libertario
Nº40, Dez-2004
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Se partirmos da idéia de que “o anarquismo, em todas as suas modalidades, é uma afirmação da dignidade e da responsabilidade humanas, um ato de autodeterminação social e não um programa de mudanças políticas” (Colin Ward), a atualidade do pensamento libertário difere muito pouco do anarquismo de ontem, ou do de amanhã.
Durante toda a história da humanidade sempre existiram importantes grupos humanos desgostosos com sua estrutura social, que enfrentaram os poderes instituídos. A anarquia como pensamento humano, filosofia coletiva e utopia desejada, tem esse caráter universal, e por isto expor sua situação atual, passa por aprofundar um pouco nesta maneira de desejar nossa passagem por este mundo.
O anseio humano foi e sempre será o mesmo: a busca da felicidade e a consequência deste objetivo tem muito a ver com a forma e maneira de nos construírmos como indivíduos livre. Parece que é impossível podermos visualizar neste momento uma revolução coletiva e popular, e em consequência de uma sociedade ácrata, porque a realidade nos evidencia que neste mundo insensibilizado, desculturado e altamente submetido a relações de poder-autoridade-dependência, a conscientização pessoal é difícil de acontecer, devido a esta aparente irrealidade de impotência que assola a tantos coletivos humanos.
A manipulação da informação, a educação adaptada aos sistemas autoritários, as estruturas familiares hierarquizadas e a disciplina que conduz ao consumo, criaram tantos paraísos artificiais, que atualmente uma grande massa humana assume, sustenta e trata de perpetuar uma vida que não lhe pertence e muito menos lhe satisfaz.
Mas se deixarmos de considerar que toda sociedade com que sonhamos pode ser possível, a anarquia também deixará de ser possível. Mas devemos ter muito em conta e refletir profundamente Alexander Herzen há mais de um século: “Uma meta infinitamente remota não é uma meta, é uma decepção”, e a obviedade deste pensamento está consagrando uma situação de decepção desde a única utopia possível do futuro.
Devemos esquecer de movimentos de massa capazes de fazer a revolução, porque as revoluções e seus intentos, ao longo dos séculos XIX e XX, nos demonstraram onde se chega. Porque desde nosso ponto de vista toda mudança copernicana nesta sociedade deve passar priomeiro por uma transformação pessoal interna. Para que se possa realizá-la externamente, primeiro é necessário que cada pessoa deva realizar sua revolução interior e desta maneira poderá unir-se às demais sob os mesmos valores, os mesmo princípios e portanto, alcançar os mesmos objetivos: uma sociedade diferente.
Com esta exposição o que desejamos evidenciar é que a educação e a cultura libertárias são imprescindíveis para conseguir a utopia da anarquia.
Como a solução é, evidentemente, difícil e conflitiva, pensamos que a forma mais conveniente é a que se expressem e se dinamizem coletivos autogestionários que funcionem dia a dia manisfestando uma forma de vivenciar a realidade oposta à estabelecida, desprendendo-se do protecionismo estatal, desarticulando a família autoritária, e liberando a repressão sexual da juventude (W.Reich), motivando uma transformação interna que supõe um desprender-se de uma estrutura mental de base autoritária (Mendel), e analizando e destruindo a influência fascista do exercício do poder e de suas formas de introjecção: escolas e cárceres (Foulcault).
A revolução anarquista há de realizar-se na base, a base de pequenos grupos de oposição prática e efetiva, demonstrando ciom sua experiência cotidiana que a anarquia é uma realidade “aqui e agora” e não uma utopia – decepção para o futuro. Um dos maiores erros que temos cometido e cometemos é o de pensar que na realidade cotidiana nada podemos fazer porque necessitamos de muita gente e o que fazemos ou intentamos hoje só dará frutos no futuro.
Durante toda a história da humanidade sempre existiram importantes grupos humanos desgostosos com sua estrutura social, que enfrentaram os poderes instituídos. A anarquia como pensamento humano, filosofia coletiva e utopia desejada, tem esse caráter universal, e por isto expor sua situação atual, passa por aprofundar um pouco nesta maneira de desejar nossa passagem por este mundo.
O anseio humano foi e sempre será o mesmo: a busca da felicidade e a consequência deste objetivo tem muito a ver com a forma e maneira de nos construírmos como indivíduos livre. Parece que é impossível podermos visualizar neste momento uma revolução coletiva e popular, e em consequência de uma sociedade ácrata, porque a realidade nos evidencia que neste mundo insensibilizado, desculturado e altamente submetido a relações de poder-autoridade-dependência, a conscientização pessoal é difícil de acontecer, devido a esta aparente irrealidade de impotência que assola a tantos coletivos humanos.
A manipulação da informação, a educação adaptada aos sistemas autoritários, as estruturas familiares hierarquizadas e a disciplina que conduz ao consumo, criaram tantos paraísos artificiais, que atualmente uma grande massa humana assume, sustenta e trata de perpetuar uma vida que não lhe pertence e muito menos lhe satisfaz.
Mas se deixarmos de considerar que toda sociedade com que sonhamos pode ser possível, a anarquia também deixará de ser possível. Mas devemos ter muito em conta e refletir profundamente Alexander Herzen há mais de um século: “Uma meta infinitamente remota não é uma meta, é uma decepção”, e a obviedade deste pensamento está consagrando uma situação de decepção desde a única utopia possível do futuro.
Devemos esquecer de movimentos de massa capazes de fazer a revolução, porque as revoluções e seus intentos, ao longo dos séculos XIX e XX, nos demonstraram onde se chega. Porque desde nosso ponto de vista toda mudança copernicana nesta sociedade deve passar priomeiro por uma transformação pessoal interna. Para que se possa realizá-la externamente, primeiro é necessário que cada pessoa deva realizar sua revolução interior e desta maneira poderá unir-se às demais sob os mesmos valores, os mesmo princípios e portanto, alcançar os mesmos objetivos: uma sociedade diferente.
Com esta exposição o que desejamos evidenciar é que a educação e a cultura libertárias são imprescindíveis para conseguir a utopia da anarquia.
Como a solução é, evidentemente, difícil e conflitiva, pensamos que a forma mais conveniente é a que se expressem e se dinamizem coletivos autogestionários que funcionem dia a dia manisfestando uma forma de vivenciar a realidade oposta à estabelecida, desprendendo-se do protecionismo estatal, desarticulando a família autoritária, e liberando a repressão sexual da juventude (W.Reich), motivando uma transformação interna que supõe um desprender-se de uma estrutura mental de base autoritária (Mendel), e analizando e destruindo a influência fascista do exercício do poder e de suas formas de introjecção: escolas e cárceres (Foulcault).
A revolução anarquista há de realizar-se na base, a base de pequenos grupos de oposição prática e efetiva, demonstrando ciom sua experiência cotidiana que a anarquia é uma realidade “aqui e agora” e não uma utopia – decepção para o futuro. Um dos maiores erros que temos cometido e cometemos é o de pensar que na realidade cotidiana nada podemos fazer porque necessitamos de muita gente e o que fazemos ou intentamos hoje só dará frutos no futuro.
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O texto em sua totalidade (em espanhol) pode ser encontrado no link seguinte:
2 comentários:
É aquela velha conversa ... que as grandes mudanças só surgem das grandes multidões...será?
É aquela velha conversa ... que as grandes mudanças só surgem das grandes multidões...será? acho que é mais facil reunir um monte de fieis que acreditam do que reunir anrquistas com essa velha conversa de utopia arf!
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