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Há no congresso Projeto de Lei com relação ao uso da Internet, elaborado pelo Senador Eduardo Azeredo.
E seguindo o projeto um monte de gente danada da vida com as possibilidades de censura e vigilância que, segundo essa gente, o texto da lei permitiria.
A questão da vigilância na WEB (e no mundo "real") não é nova. Mas está na mídia/moda. A Revista Galileu deste mês se refere a este tema. Especificamente às possibilidades de controle e vigilância que detém a empresa Google, com todo seu aparato tecnológico.
Estou fazendo funcionar os neurônios desde algumas semanas quando comecei a ler alguns textos encontrados na Internet, a respeito da tal vigilância.
Um dos textos lido essa semana foi "Poder, Vigilância e Ciberespaço" de Valéria Marcondes (2005).
No texto ela faz um pequeno resumo sobre o pensamento de Foucault (usando o livro Microfísica do Poder). Fala sobre o estabelecimento, a partir do Sec. XVIII, de uma tecnologia do poder, quando iniciam-se estudos não muito sistemáticos sobre disciplina e controle social. Escolas, prisões, hospitais, são locais exemplares para se entender o que o filósofo chamava de Sociedades Disciplinares.
Segundo a autora do texto Foucault veria a vigilância nascida destas sociedades apenas por seu viés negativo. Para ele "as tecnologias são apenas ferramentas do poder, utilizadas para suprimir a liberdade e impor limites aos cidadãos".
Lembram do filme "Seven" ? Com Brad Pitt e Morgan Freeman... exibido em 1995... Ali tive uma das primeiras impressões de como as "novas" tecnologias de dados poderiam servir ao Estado como ferramentas de controle. Os policiais pesquisam o tipo de leitura das pessoas na biblioteca. Encontram o assassino devido aos livros que ele leu !!! Tudo cadastradinho nos computadores da biblioteca.
Lá no trabalho mesmo posso perceber todo dia como uma técnica se transforma em instrumento de controle e punição. Temos nos veículos que usamos equipamentos de medida e registro constante de velocidade... o registro é digitalizado e uma vez no mês um preposto do Setor de Transporte pega os dados através de um pequeno cartão eletrônico... em um Padrão Corporativo há um item informando que aquele que ultrapassar 90 km/h durante mais de 20 segundos receberá advertência... e assim por diante, a cada novo "desvio"...
Dentro desta linha de compreensão de que as tecnologias sempre serão usadas pelos governos e empresas para seu benefício a autora usa outro autor: William Bogard. Ela usa e abusa de trechos do livro dele chamado A Simulação da Vigilância: Hipercontrole em Sociedades Telemáticas, definindo-o como "tecnofóbico".
"Onde a vigilância não pode capturar um evento, sua simulação pode, e oferece este poder para qualquer um".
A frase acima no início do livro de Bogard nos faz lembrar do Panóptico... uma simulação constante de vigilância. Lembrei-me neste caso do Bola Mucha e Bola Cheia do Fantástico: estamos sendo filmados por nossos próprios parentes ou amigos e podemos ser "exibidos" prá todo mundo no domingo a noite, ou nas pequenas teletelas youtubianas.
Nesse sentido ela lembra as questões postas por Habermas (pensador marxista) sobre esfera pública e privada. Com as novas tecnologias a privacidade vai para os ares. O público e o privado se confundem, as vêzes, com nossas próprias autorizações (relações de poder = prazer).
Mas ela também usa outros dois autores para contrapor esse pensamento pessimista de Foucault e Bogard. São Diana Saco (Cybering Democracy) e Andrew Shapiro (The Control Revolution) que vêem pontos vantajosos nas possibilidades que as novas tecnologias oferecem aos indivíduos (sem perder a visão realista do poder disciplinar e anti-humano que elas trazem em seu bojo).
E seguindo o projeto um monte de gente danada da vida com as possibilidades de censura e vigilância que, segundo essa gente, o texto da lei permitiria.
A questão da vigilância na WEB (e no mundo "real") não é nova. Mas está na mídia/moda. A Revista Galileu deste mês se refere a este tema. Especificamente às possibilidades de controle e vigilância que detém a empresa Google, com todo seu aparato tecnológico.
Estou fazendo funcionar os neurônios desde algumas semanas quando comecei a ler alguns textos encontrados na Internet, a respeito da tal vigilância.
Um dos textos lido essa semana foi "Poder, Vigilância e Ciberespaço" de Valéria Marcondes (2005).
No texto ela faz um pequeno resumo sobre o pensamento de Foucault (usando o livro Microfísica do Poder). Fala sobre o estabelecimento, a partir do Sec. XVIII, de uma tecnologia do poder, quando iniciam-se estudos não muito sistemáticos sobre disciplina e controle social. Escolas, prisões, hospitais, são locais exemplares para se entender o que o filósofo chamava de Sociedades Disciplinares.
Segundo a autora do texto Foucault veria a vigilância nascida destas sociedades apenas por seu viés negativo. Para ele "as tecnologias são apenas ferramentas do poder, utilizadas para suprimir a liberdade e impor limites aos cidadãos".
Lembram do filme "Seven" ? Com Brad Pitt e Morgan Freeman... exibido em 1995... Ali tive uma das primeiras impressões de como as "novas" tecnologias de dados poderiam servir ao Estado como ferramentas de controle. Os policiais pesquisam o tipo de leitura das pessoas na biblioteca. Encontram o assassino devido aos livros que ele leu !!! Tudo cadastradinho nos computadores da biblioteca.
Lá no trabalho mesmo posso perceber todo dia como uma técnica se transforma em instrumento de controle e punição. Temos nos veículos que usamos equipamentos de medida e registro constante de velocidade... o registro é digitalizado e uma vez no mês um preposto do Setor de Transporte pega os dados através de um pequeno cartão eletrônico... em um Padrão Corporativo há um item informando que aquele que ultrapassar 90 km/h durante mais de 20 segundos receberá advertência... e assim por diante, a cada novo "desvio"...
Dentro desta linha de compreensão de que as tecnologias sempre serão usadas pelos governos e empresas para seu benefício a autora usa outro autor: William Bogard. Ela usa e abusa de trechos do livro dele chamado A Simulação da Vigilância: Hipercontrole em Sociedades Telemáticas, definindo-o como "tecnofóbico".
"Onde a vigilância não pode capturar um evento, sua simulação pode, e oferece este poder para qualquer um".
A frase acima no início do livro de Bogard nos faz lembrar do Panóptico... uma simulação constante de vigilância. Lembrei-me neste caso do Bola Mucha e Bola Cheia do Fantástico: estamos sendo filmados por nossos próprios parentes ou amigos e podemos ser "exibidos" prá todo mundo no domingo a noite, ou nas pequenas teletelas youtubianas.
Nesse sentido ela lembra as questões postas por Habermas (pensador marxista) sobre esfera pública e privada. Com as novas tecnologias a privacidade vai para os ares. O público e o privado se confundem, as vêzes, com nossas próprias autorizações (relações de poder = prazer).
Mas ela também usa outros dois autores para contrapor esse pensamento pessimista de Foucault e Bogard. São Diana Saco (Cybering Democracy) e Andrew Shapiro (The Control Revolution) que vêem pontos vantajosos nas possibilidades que as novas tecnologias oferecem aos indivíduos (sem perder a visão realista do poder disciplinar e anti-humano que elas trazem em seu bojo).
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Aquelas possibilidades me levaram a encontrar outros textos na Internet sobre o que se convencionou chamar de Ciber-Ativismo (ou Web-Ativismo)... e daí aos diálogos da rebelião de jovens no Irã, a partir do Twitter, até às centenas de blogs repudiando o tal do projeto de Lei do pe-esse-de-bista Azeredo (aquele mesmo do "mensalão" de Minas), incluindo o fórum/blog/página/rede social Ciberativismo, dentro do Ning.
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C.B.
Um comentário:
Como comentei em outro postagem é o show do Truman...pensava que a vida era só dele mais não era...E como dizia Focault passamos da sociedade disciplinar para a sociedade do controle eis surge esse novo sujeito vigiado e frustrado!
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