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Novela é um troço complicado. As vezes é tanta história dentro dela que parece que os autores vão se enrolando.
A novela de sete horas da Globo que acabou outro dia (aquela dos surfistas chatinhos) foi um claro exemplo disso. Atordoando qualquer um que fica 2 ou 3 dias sem assistir e depois volta a assistir de novo.
Mas também sabemos que alguns autores consideram que as novelas devem ter uma função social. É um tal de mostrar como mães procuram seus filhos desaparecidos, como as drogas deixam os filhinhos de papai e mamãe louquinhos e sem querer trabalhar, etc.
Falando em trabalho (e lembrando que há 5 dias atrás foi nosso dia, dos trabalhadores) essa noite fiquei "quase" surpreso com algumas cenas na novela Caminho da Índias.
A ex-riquinha, personagem de Deborah Bloch, agora está dando duro como professora. Ontem ela estava passando pela rua e a sobrinha a viu. Chegou em casa e disse para o pai que a tia estava com problemas... Problemas ? Imaginei logo que o problema era que ela estava trabalhando. Na mosca. Em outra cena, a ex-riquinha e seu ex-futuro namorado platônico, sentadinhos em um barzinho típico de classe média, conversam e ele deixa claro que está com pena dela porque ela está trabalhando... affff...
Acho que, subliminarmente, quem escreveu o roteiro quiz deixar claro que trabalho é doença, ou quem sabe uma mostra de inferioridade, como o era na época do escravismo no Brasil. Quem trabalhava eram os negros, inferiores. Quem ficava de prega, com as pernas para cima, ao lado de uma lagoinha (hoje tem de ser piscina), ou o dia todo numa rede, sendo abanado por gueixas negras, superior.
A marca da história parece que ficou entranhada nos discursos, tanto do povo, quanto de intelectuais.
Mas novelas são coisa complicada. Vai ver que a autora não quiz dizer o que eu achei que ela disse.
Mas depois não venham reclamar que a "tchurma que não quer nada" está fazendo arrastão nos engarrafamentos durante as chuvas.
Novela é um troço complicado. As vezes é tanta história dentro dela que parece que os autores vão se enrolando.
A novela de sete horas da Globo que acabou outro dia (aquela dos surfistas chatinhos) foi um claro exemplo disso. Atordoando qualquer um que fica 2 ou 3 dias sem assistir e depois volta a assistir de novo.
Mas também sabemos que alguns autores consideram que as novelas devem ter uma função social. É um tal de mostrar como mães procuram seus filhos desaparecidos, como as drogas deixam os filhinhos de papai e mamãe louquinhos e sem querer trabalhar, etc.
Falando em trabalho (e lembrando que há 5 dias atrás foi nosso dia, dos trabalhadores) essa noite fiquei "quase" surpreso com algumas cenas na novela Caminho da Índias.
A ex-riquinha, personagem de Deborah Bloch, agora está dando duro como professora. Ontem ela estava passando pela rua e a sobrinha a viu. Chegou em casa e disse para o pai que a tia estava com problemas... Problemas ? Imaginei logo que o problema era que ela estava trabalhando. Na mosca. Em outra cena, a ex-riquinha e seu ex-futuro namorado platônico, sentadinhos em um barzinho típico de classe média, conversam e ele deixa claro que está com pena dela porque ela está trabalhando... affff...
Acho que, subliminarmente, quem escreveu o roteiro quiz deixar claro que trabalho é doença, ou quem sabe uma mostra de inferioridade, como o era na época do escravismo no Brasil. Quem trabalhava eram os negros, inferiores. Quem ficava de prega, com as pernas para cima, ao lado de uma lagoinha (hoje tem de ser piscina), ou o dia todo numa rede, sendo abanado por gueixas negras, superior.
A marca da história parece que ficou entranhada nos discursos, tanto do povo, quanto de intelectuais.
Mas novelas são coisa complicada. Vai ver que a autora não quiz dizer o que eu achei que ela disse.
Mas depois não venham reclamar que a "tchurma que não quer nada" está fazendo arrastão nos engarrafamentos durante as chuvas.
C.B.
Um comentário:
... já na Índia – do ‘faz de contas’ – se trabalha muito (destaque especialíssimo para o consumismo de quinquilharias multicoloridas), se reza muito, se festeja muito etc...
Eis o contraponto com o qual trabalha a nossa ilustre autora das tragédias urbanas; estorietas que a todos ilude e massifica, seja nas suas razões e/ou sentimentos de pertencimento em uma massa homogênea e amorfa.
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