quinta-feira, 23 de abril de 2009

O pior cego é o que não quer ver

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Por Gideoni Nery
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A origem desta frase muito tem a ver com uma das atividades mais emblemáticas e apaixonantes da humanidade: a profissão de jornalista. É essa pessoa de enorme destaque na sociedade que colaborou e muito ainda contribui para abrir os olhos de quem não quer ver o que está bem na sua frente e se nega a enxergar a verdade, ainda que seja aquela que Karl Marx dizia ser relativa, ou seja, que cada um tem a sua.

Histórico: Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent de Paul D'Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. O mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.

E diferente de Angel, o jornalista exercita dia-a-dia a sua visão estreita e atenta de nossa realidade, sem recuar, mesmo sem nenhuma égide para se defender dos Titãs que atormentam a liberdade de imprensa e que são responsáveis pelos mais banais e condenáveis assassinatos da democracia, em todos os continentes.

Ao longo da história o jornalista desvendou mistérios, elegeu mitos, revelou relações perigosas e imorais, combateu injustiças, deu visibilidade às riquezas naturais e humanas, denunciou conflitos e guerras despropositadas, transformou anonimato em sucesso e glória, e registrou a evolução, as façanhas e as derrocadas de muitas gerações.

Aliado da ciência, da política, da religião, do povo, da cultura e da sociedade o jornalista fez e faz a diferença! É quem nos mostra um mundo que não queremos ver, embora ele esteja ali - bem em frente dos nossos olhos, sob nossa recusa de não querer enxergar. E mesmo na adversidade, o jornalista dá provas de que um planeta mais justo, igual e de paz é possível, quando acreditamos no que fazemos e no ideal de contribuir com a coletividade através de sua própria dedicação, fé e trabalho.

Ética e compromisso com a verdade, num tempo de conflitos de interesses e disputas pela afirmação de poder, são as armas que o jornalista usa para abrir os nossos olhos e nos mostrar que tudo depende de nossa força de vontade, de querer mudar e reagir ao que insistimos em não enxergar.

À você, que nos ajuda no papel de disseminar a democracia e consolidar a liberdade de expressão como uma das maiores conquistas do homem contemporâneo, a nossa sincera e grandiosa homenagem.

Parabéns pelo Dia do Jornalista!!!

4 comentários:

Maiara Bonfim disse...

Hey!

Vc passou em meu blog, e 'reclamou' da minha ausência lá!

Pois estou passando para avisar que estiu de volta com meu blog jornalístico e mantendo concomitantemente meu blog pessoal!

seguem os endereços:

maiara.wordpress.com

maibonfim.blogspot.com

Boa leitura e obrigada pela visita!

Anônimo disse...

William Blake, certa feita declarou que "Faça o que faça, a vida é ficção, e formada de contradições."

Portanto, pergunto ao Sr. Nery por onde andam esses jornalistas idealistas (e idealizados) que operam milagres: mostrando ao ignóbil leitor, o que nem eles mesmos enxergam....

Acompanhando o dia-a-dia da imprensa tenho que me solidarizar com o Sr. Joseph Pulitzer, que com toda clarividência dizia sobre seus pares: "Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma."

Anônimo disse...

Do mesmo jeito que há jornalistas filhos da puta, SR, Anônimo, também há aqueles que desejam o melhor para todos... aliás, isso é prá todas as profissões, desde médicos até catadores de lixo, passando por eletricistas, motoristas de ônibus, palhaços, prostitutas, engenheiros...

João disse...

Não creio em nenhuma categoria para realizar trabalhos heróicos.
Contudo, os jornalistas, nicho de mercado que domina(nava) o acesso às informações, notícias, todas eivadas de interesses, hoje ainda tem papel importante.
Peço a parte para dizer da dificuldade de exercer profissões como esta e outras, que dependem de investimentos mistos como iniciativa privada e estatal. O que torna o discurso e a informação ainda mais comprometidas com objetivos desconhecidos.