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Viver supõe colocar-se a disposição de si mesmo, criando dia a dia a alegria de experimentar e desfrutar de tudo que é novo.
Mas quando somos pequenos e parece que desfrutamos, comendo “guloseimas” completamente cheias de deliciosas químicas, perdemos, na realidade, a ocasião de ocupar a rua correndo e descobrir um enorme mundo que nos rodeia e nos é desconhecido.
Quando vamos crescendo somos aparentemente felizes comprando produtos de marca que nos fazem parecer “mais interessantes” para o resto das pessoas, mas perdemos a linda ocasião de ser corpos livres que desfrutam do que fazem ou sentem, em lugar de adormecer nossas mentes com a ânsia superficial e desesperada de que nos olhem ou contemplem.
Quando gastamos tempo e energia para conseguir os objetos anunciados na TV, estamos esquecendo nossa capacidade de criar, imaginar e desenvolver nossas capacidades em gozar desse tempo da nossa existência.
Quando vamos crescendo, e não descansamos até conseguir um carro fabuloso ou uma moto “incrementada”, deixamos de lado o prazer da relação com as pessoas porque agora já unicamente somos disciplinados a nos satisfazer com objetos metálicos, de fria textura e desoladora realidade.
Quando vendemos nosso futuro de liberdade, para adquirir um “apartamento de não sei quantos metros quadrados” ou um “quarto e sala bonitinho”, é obvio que hipotecamos nosso futuro de felicidade, porque já unicamente nos dedicamos a pagar e pagar... condenando-nos ao cárcere da competitividade desumanizada.
Consumir é sinônimo de paraíso de liberdade e quanto mais gastamos e gastamos, mais adormecemos o sentido da vida e nossos sonhos se convertem em pesadelos, nossa verdade em subjetividade, nosso amor em conta corrente e nossa liberdade no pássaro abatido pelo tiro fortuito desta triste realidade.
Aprender a viver é desfrutar do pequeno e insignificante da vida, do sentimento que transborda nossas relações, do improvisado e desvalorizado; é em definitivo estar disposto a abordar o mundo sem essa maleta de necessidades em que convertemos nossas ilusões e desejos.
Texto encontrado no boletim Bandeira Negra,
tendo como fonte o boletim da Escola Paideia, Mérida, Espanha.
Nov-Dez de 2004
Mas quando somos pequenos e parece que desfrutamos, comendo “guloseimas” completamente cheias de deliciosas químicas, perdemos, na realidade, a ocasião de ocupar a rua correndo e descobrir um enorme mundo que nos rodeia e nos é desconhecido.
Quando vamos crescendo somos aparentemente felizes comprando produtos de marca que nos fazem parecer “mais interessantes” para o resto das pessoas, mas perdemos a linda ocasião de ser corpos livres que desfrutam do que fazem ou sentem, em lugar de adormecer nossas mentes com a ânsia superficial e desesperada de que nos olhem ou contemplem.
Quando gastamos tempo e energia para conseguir os objetos anunciados na TV, estamos esquecendo nossa capacidade de criar, imaginar e desenvolver nossas capacidades em gozar desse tempo da nossa existência.
Quando vamos crescendo, e não descansamos até conseguir um carro fabuloso ou uma moto “incrementada”, deixamos de lado o prazer da relação com as pessoas porque agora já unicamente somos disciplinados a nos satisfazer com objetos metálicos, de fria textura e desoladora realidade.
Quando vendemos nosso futuro de liberdade, para adquirir um “apartamento de não sei quantos metros quadrados” ou um “quarto e sala bonitinho”, é obvio que hipotecamos nosso futuro de felicidade, porque já unicamente nos dedicamos a pagar e pagar... condenando-nos ao cárcere da competitividade desumanizada.
Consumir é sinônimo de paraíso de liberdade e quanto mais gastamos e gastamos, mais adormecemos o sentido da vida e nossos sonhos se convertem em pesadelos, nossa verdade em subjetividade, nosso amor em conta corrente e nossa liberdade no pássaro abatido pelo tiro fortuito desta triste realidade.
Aprender a viver é desfrutar do pequeno e insignificante da vida, do sentimento que transborda nossas relações, do improvisado e desvalorizado; é em definitivo estar disposto a abordar o mundo sem essa maleta de necessidades em que convertemos nossas ilusões e desejos.
Texto encontrado no boletim Bandeira Negra,
tendo como fonte o boletim da Escola Paideia, Mérida, Espanha.
Nov-Dez de 2004
4 comentários:
Reiner SCHÜRMANN:
“Para uma cultura obcecada com as profundezas do eu – ocultas, inconscientes,(...) – a auto-constituição anarquista significa a dispersão da reflexão direcionada para dentro, para reflexos voltados para fora na medida dos sistemas de poder que devem ser curto-circuitados, desqualificados e destruídos.”
Hermann Hesse:
Se existisse apenas um ensinamento em que
pudéssemos acreditar! Todas as coisas se contradizem,
passam ao lado umas das outras sem se tocar, e em parte
alguma existe a certeza. A tudo se pode conferir um
dado significado ou o significado contrário. Podemos
apresentar a história universal como um processo
de evolução e progresso, e considerá-lo ao mesmo
tempo decadência e absurdo. Não existirá a verdade?
Não existe um conhecimento genuíno e válido?...
Não devemos aspirar ao conhecimento perfeito, mas
ao aperfeiçoamento de nós mesmos.
A verdade é vivida e não ensinada teoricamente.
in:
O Jogo das Contas de Vidro - Hermann Hesse
CONSUMO SIM.
SEM CONSUMO NÃO HÁ PROGRESSO, NÃO HÁ CRESCIMENTO, NÃO HÁ TRABALHO PARA TODOS.
Tá aí a liberdade da classe média... Liberdade, pra ela, é consumir, em suma. Ser livre pra ir ao shopping nos fins de semana, pra se "desestressar", e escolher entre os produtos de marca A, B, C. Assim, um salário maior permite um incremento de liberdade, ideologicamente dizendo; não a reprodução da vida material e objetiva.
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